Autora da fanfic ( Mylla Fernanda).
— Olhe como são bonitas, milhares de estrelas...
— E quase todas devem ser rodeadas de planetas como o nosso, habitados, provavelmente...
— Custa-me acreditar...
— Os cientistas dizem que há milhões, talvez trilhões de planetas, só nas galáxias mais próximas. A vida existiria como aqui.
— Devo ter pouca imaginação. Acho difícil visualizar planetas habitados, com seres iguais a nós, vivendo como nós.
— Por que “iguais e vivendo como nós”? É pretensão injustificável deduzir que só animais semelhantes tenham desenvolvido inteligência. E os objetos de forma arredondada, vistos em nossa órbita? Muita gente os vê a olho nu.
— Não seriam pessoas sugestionáveis ou com defeitos na vista? Li num artigo: essas aparições são fenômenos naturais pouco estudados, ou máquinas voadoras feitas aqui mesmo, em experiências secretas.
— Talvez, em parte. Mas já há uma boa documentação e não vejo motivo de espanto em supor que outros planetas do nosso sistema sejam habitados.
— Mas os seres que comandam ou pilotam essas naves espaciais, por que não pousam e entram em contato?
— Não passa de orgulho gratuito pensar que habitantes de outros planetas estejam interessados em dialogar conosco. Esses engenhos talvez sejam minúsculos, comandados a distância. Estarão apenas nos estudando com seus aparelhos? E é bem possível que eles sejam tão diferentes de nós que não haja uma possibilidade de entendimento imediato.
— Falariam línguas impossíveis de se aprender? Quem sabe emitam ruídos, ou comuniquem-se por gestos...
— Nossos cientistas acabariam descobrindo a chave. Ou eles, mais inteligentes, nos ajudariam a compreendê-la.
— Aquela estrela brilhante não é um planeta?
— É. Ali há condições para a vida. Talvez primitiva e diversa da nossa, pois sua temperatura é extraordinariamente alta.
— Escrevem muitas histórias sobre aquele planeta. Costumam inventar seus habitantes como sendo monstros destruidores, interessados em conquistar a galáxia...
— Histórias e hipóteses... Quem sabe eles têm mesmo duas antenas na cabeça, um olho atrás, outro na frente, quatro braços e seis patas.
— Seria engraçado se fosse assim.
— Por quê?
— Pior se tivessem dois braços, um par de olhos em cima do nariz...
— Seu conceito de beleza é muito exclusivista.
— Gente normal como nós poderia se entender com monstros pavorosos?
— Fique tranquilo. É provável que eles só existam nas histórias. E descobriram que lá a atmosfera é oxigênio puro. De mais a mais, o terceiro planeta possui só um terço de matéria sólida. O resto é uma substância líquida onde a vida é improvável.
— Esta conversa me abala os nervos. Imaginar monstros pernaltas, com dois olhos na frente. Toque aqui a antena.
— Adeus. Não pense mais no assunto. E saia com cuidado para não incomodar as crianças. Seis patas fazem muito barulho...
—Bem...vou tentar, ultimamente venho conseguido fazer menos barulho com elas.
De repente ouve-se um barulho, alguém estava batendo na porta. Imediatamente sr. Tênue abre a porta, um tanto indagado, curioso em saber quem bateria na porta àquela hora. Ao abrir a porta ele se depara com um ser muito estranho. O ser estava caído em frente à porta, estava ferido e inconsciente. Sra. Stela que estava na cozinha, resolveu conferir quem havia batido na porta, e assustou-se quando viu àquela criatura.
Era um homem, que coincidentemente portava das mesma características dos monstros estranhos, que eles haviam falado na conversa de cedo. O homem possuía dois olhos embaixo do nariz, duas pernas e dois braços. Características que eram estranhas e distintas do povo que vivia naquele planeta. A população que ali residia era formada por seres de dois olhos, porém um na frente e outro atrás, 6 patas, duas antenas e outros aspectos que se diferem significante dos aspectos daquele moço caindo em sua porta.
Sr. Tênue sugeriu que o levasse para dentro, para assim, tentarem ajuda-lo, e descobrir quem ele era, e porquê estava ali. Sra. Stela não gostou muito da ideia, por ser um homem estranho, que poderia trazer riscos à família.
— Não podemos leva-lo para dentro Tênue, você não olhou para ele? Olhe sua aparência, ele não se parece nem um pouco conosco ou com qualquer outro alguém que vive nesse planeta. E mais, e se ele trouxer riscos para nós? For um espião? Um ladrão? Um assassino? Eu não quero colocar nossos filhos em perigo.
—Eu sei disso Stela, mas não podemos deixa-lo aqui fora não é mesmo? Principalmente por conta dessa aparência exótica que ele tem, vão pensar que nós o trouxemos para esse lugar. Vamos esconde-lo no sótão, esperamos que ele acorde e assim iniciamos o interrogatório, para descobrir quem ele é e de onde veio.
Stela concordou. Assim, o levaram para o sótão, onde tinha um velho colchão, em que o puseram. Como estava muito ferido, e sujo de sangue, resolveram o lavar e trocar as suas vestimentas. Depois de um bom tempo o misterioso homem acordou.
—Onde estou? Que planeta é esse? E onde está minha nave? Ó não, estou perdido! Disse o homem assustado
Ao ouvirem barulhos vindos do sótão Stela e Tênue desceram até lá. Ao avista-los o homem altamente gritou assustado:
—M-Monstrooooos!!
Sem entender Stela e Tênue também gritaram:
—M-Moooooostro!!
O homem desmaiou. Despois de algum tempo acordou novamente, dessa vez menos assustado, avistou os moradores da casa, e então falou:
—Deu tudo errado! É isso, estou perdido a missão deu errado.
Indagados, Stela e Tênue continuavam calados, apenas ouvindo o visitante que até então era anônimo.
—Eu não acredito! Que tipo de criaturas são vocês? Eu já visitei vários planetas mas nenhum era como vocês.
—Mas...quem é você? Perguntou Tênue
—Ah claro! Que indecente da minha parte. Me chamo Logan, sou um mochileiro das galáxias, creio que o nosso primeiro contato não foi tão apropriado.
—Espera, mochileiro das galáxias? Mas o que que é isso?
—Bem...como eu poderia explicar... Basicamente um mochileiro das galáxias é um agente que viaja em uma missão, e essa missão é descobrir novos planetas, e comprovar se há ou não vida no planeta visitado. E pelo visto, nesse aqui há vida.
—Tá mas você está aqui pra isso? Descobrir se aqui tem vida?
Perguntou Stela, curiosa.
—Sim e não. Eu não pretendia visitar esse planeta, na verdade nem sabia de sua existência, cheguei aqui por acidente. Minha nave foi atingida por destroços espaciais, o que gerou uma turbulência, e minha nave caiu nesse planeta. Como o impacto foi muito forte eu acabei me ferindo muito, e a única coisa que eu consegui pensar, foi em arranjar um abrigo. Rastejei até essa casa, mas antes que eu pudesse pedir por ajuda, fiquei inconsciente. Agora que estou aqui, vou explorar um pouco desse planeta.
—Mas você não pode, estaria correndo um grande risco.
Refutou Tênue.
—Aqui no planeta Asgard, o governo teme que haja invasões de povos exploradores, interessados na rara substância que temos aqui, tão rara que nem nós, moradores sabemos do que se trata, para não correr risco dela ser explorada pelos próprios cidadãos. A segurança aqui é muito rígida, qualquer corpo estranho que adentra nossa atmosfera é localizado, rastreado, caçado até ser anulado do planeta. É um grande feito de bênção em sua vida, não ter sido localizado até agora.
—Mas isso pode acontecer a qualquer momento.
Replicou Stela
—Por isso você precisa sair daqui, ir pra bem longe de nós. Não quero que você nos coloque em perigo.
Continuou.
—Mas se esse sistema de segurança é tão rígido, assim que eu sair daqui serei morto. Por favor preciso que me ajudem, me ajudem à voltar pra Terra.
—Terra? Oque é isso?
Perguntou Tênue.
—A Terra é meu planeta natal, é lá que eu vivo.
—Mas como você vai voltar pra lá?
Indagou Stela.
—Do mesmo jeito que eu vim: com minha nave, que no momento está quebrada, mais uma motivo pelo qual eu peço que me ajudem.
Respondeu Logan.
—Não não, não vai rolar. Não quero que minha família seja morta por sua causa.
Disse Stela, com um tom de deboche.
—Por favor gente, vocês são os únicos que podem me ajudar.
—Bem...Podemos pensar sobre isso, não é meu bem..
Disse Tênue.
Stela o encarou, inicialmente brava, mas depois de alguns minutos ela concordou. O casal teve piedade do moço.
—Tudo bem “mochileiro das galáxias”, se você quiser sair daqui vai precisar se disfarçar, até porquê sua aparência é bem diferente da de todos aqui. Tênue querido, por favor pegue o desconfigurador.
—desconfigurador? O que é isso?
Perguntou Logan assustado.
Apenas espere, e você descobrirá.
Quando Tênue chegou, estava segurando um dispositivo, muito sofisticado, uma tecnologia que Logan nunca havia visto em todos os seus anos na Terra.
—Esse dispositivo fará com que você se pareça conosco. Ou seja você irá se tornar um Asgardiano, mas não se preocupe você não ficará assim pra sempre, a transformação dura 48 horas.
—Tudo bem, se isso me ajudar a sair daqui, eu aceito.
Nesse momento Tênue apontou o dispositivo pra Logan, e num piscar de olhos ele passou a ter todas as características do povo de Asgard.
—Uol, isso é muito bizarro.
Disse Logan, impressionado com tal tecnologia.
—É muito estranho ter seis patas.
—Vai se acostumando. É assim que você terá que se parecer enquanto estiver aqui.
Disse Stela.
No dia seguinte Logan, Tênue e Stela foram até o local que a nave havia caído. Um dos motores havia sido quebrado, o desafio agora era tentar concerta-lo. Por sorte Tênue e Stela tinham em casa uma antiga máquina de lavar, as peças serviriam para a reconstrução do motor.
—Nós nunca concertamos um motor como esse, a tecnologia da Terra não é tão avançada como a nossa.
Disse Tênue com certo orgulho em saber que, a tecnologia de seu planeta era bem mais avançada, que a do planeta de Logan.
—Acho que tenho uma certa noção de como concerta-lo.
Disse Logan.
Depois de algumas horas, os três haviam finalmente conseguido concertar o motor, e colocar a nave para funcionar, e Logan poderia finalmente voltar pra casa. Mas tinha um problema: para Logan conseguir sair do planeta, ele precisaria passar pela fiscalização espacial, que ficava na atmosfera de Asgard, se ele passasse sem a confirmação de que ele era uma morador do planeta ele seria morto.
—Como poderei voltar pra casa agora?
Disse Logan desapontado, após Tênue e Stela lhe explicarem sobre a fiscalização espacial.
—A única forma é invadindo a central do governo, e cadastrar o seus dados para obter a carteira de confirmação, assim quando você passar pela fiscalização, poderá ser liberado.
Explicou Stela.
—Tá, e como faço pra chegar até a central do governo?
—Ela fica na mais alta montanha de Asgard, você que terá que subir até lá, passar pelo sistema de segurança e fazer o cadastro de seus dados.
Eles decidiram que Logan iria sozinho, para que Tênue e Stela não corressem riscos. Assim foi Logan até a mais alta montanha, em busca da sua volta para casa.
Quando o mochileiro chegou até a montanha, se deparou com um rígido sistema de segurança, ele não poderia passar pela porta de entrada, então teve que escalar pelos fundos até a sala de cadastros.
Ao chegar lá, Logan se deparou com dois enormes guardas Asgardianos, que por sorte estavam de costas e não o viram. Rapidamente saiu da sala, se esforçando para fazer o mínimo de barulho possível, e começou a pensar em uma forma de tirar os guardas da sala.
Uma ideia surgiu em sua mente, e por mais que fosse um tanto arriscada poderia dar certo. Em sua bolsa Logan carregava uma caixa de música que poderia servir como distração. Posicionou-a no andar de baixo, ligou o som num volume estrondoso, e aguardou até que os guardas saíssem da sala para ver de onde viria aquele som. Quando saíram, Logan rapidamente se dirigiu até a sala de cadastros, preencheu uma ficha com seus dados e obteve sua carteira de confirmação. E desesperadamente saiu daquele lugar.
Agora que sua nave estava pronta, sua carteira de confirmação em mãos ele já poderia finalmente voltar pra casa. Mas antes Logan sentia que precisava fazer algo. Foi até a casa de Stela e Tênue. Ao chegar lá os dois estava do lado de fora, conversando, enquanto seus filhos brincavam. Quando o viram correram até sua direção.
—Iai Logan, deu certo né? Por favor me diz que deu certo!
Exclamou Stela
—Sim sim, deu certo. Eu só passei aqui pra dizer que eu não tenho nem palavras para os agradecer, é sério gente muito obrigado.
—Não foi nada irmão, eu só espero que não arranje mais problemas para nós.
Os três riram
—Agora você precisa ir, antes que o efeito do desconfigurador passe.
Continuou Tênue.
Logan partiu, com um sorriso no rosto, em saber que ali era o começo de uma grande amizade espacial, e uma das sua maiores aventuras como mochileiro, mochileiro das galáxias.



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